"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Logística reversa na industria automobilística

A logística reversa é também muito relevante na indústria automobilística, que é grande geradora de resíduos no final de seus processos produtivos e logísticos, tais como: peças ou componentes que são rejeitados nas inspeções de qualidade; embalagens de armazenagem e transporte; peças ou componentes devolvidos pelos clientes finais nos conhecidos “recalls”, entre outros.  Já falei sobre Recall em outro post (Confira aqui).
A nova estratégia modular adotada pelas indústrias automobilísticas, por exemplo, na qual alguns fornecedores denominados sistemistas, entregam módulos ou sistemas às montadoras no lugar de peças individuais e para isso negociam as peças com os seus fornecedores que são reconhecidos como sub-fornecedores das montadoras, acarreta maiores responsabilidades para fornecedores e montadoras.
No que se refere à logística reversa, é necessário que se deixe claro de quem é a responsabilidade por itens, componentes ou módulos com defeitos, visto que neste caso a montadora adquire os módulos dos fornecedores sistemistas e não mais diretamente dos seus fornecedores. Quando os problemas são de funcionamento dos produtos montados, o que acarreta em um processo de logística reversa, a origem dos problemas determinará os procedimentos. Desta forma, por exemplo, se ocorreu a aquisição de componentes com problemas de determinado fornecedor, a responsabilidade é por parte do fabricante do componente.
Nas indústrias automobilísticas é muito comum o termo “recall”, que se refere justamente, aos problemas com validade de produtos ou a problemas observados após a venda, que são devolvidos por motivos legais ou por diferenciação de serviço ao cliente. As montadoras de veículos, por vezes, solicitam aos seus clientes o retorno às concessionárias para a reposição de determinada peça de seus veículos. As políticas liberais e restritivas da logística reversa, em mercados de reposição de peças automobilísticas são extremamente relevantes.
Muitas indústrias tentam insistir em “nenhum retorno”, através do Seis Sigma e outros esforços de qualidade, no entanto, nem sempre as questões de retorno são relacionadas à qualidade. Eles podem ocorrer em função da dificuldade de projeção de vendas (o que gera acúmulo de estoques de peças nas concessionárias) ou por exigências de clientes, quando o produto não estiver em perfeitas condições. Muitas vezes políticas liberais de logística reversa são estratégias de fidelização de clientes, enquanto que políticas restritivas de retorno geram perda de clientes.
Outro fator importante a ser ressaltado refere-se às embalagens retornáveis, que ultimamente têm sido amplamente utilizadas na indústria automobilística. Estas embalagens  ainda possuem muitos inconvenientes, tais como: custos do transporte de retorno, custo de administração dos fluxos de retorno, custo de recepção e limpeza das embalagens, custo de reparos eventuais e de armazenamento  e controle das mesmas.
No entanto, estas embalagens possuem vantagens atrativas, pois são normalmente, mais caras que as descartáveis, mas quando são utilizadas várias vezes, o custo resulta inferior.
Os  benefícios das embalagens retornáveis são: conferir maior proteção aos produtos no transporte; oferecer maior flexibilidade à medida que mudam os requisitos legais; se a empresa não possui mais aplicação para a embalagem, podem ser devolvidas ao fabricante e como a maior parte é fabricada com material reciclado, podem ser utilizadas na fabricação de novas embalagens, além dos benefícios que se referem à redução de impactos ambientais.
Um exemplo é o caso de uma  montadora de motores e cabeçotes de motores, que optou pelas embalagens retornáveis na exportação de seus produtos. A empresa desenvolveu uma embalagem plástica retornável, o montante economizado pela empresa gira em torno de R$ 950 mil por ano, no que tange a gastos com embalagens, além de reduzir impactos ambientais e ganhar pontos em sua imagem corporativa.
Isto é relativamente importante, quando consideramos que, em um mercado de fornecimento global, a logística reversa tem se transformado em um critério qualificador para adentrar determinados mercados mais seletivos e de maior poder aquisitivo.

Por: Patrícia Guarnieri

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