"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Tudo o que é resto de sua produção a P&G faz virar matéria-prima em outras empresas - Logística de resíduos industriais

Foto: Luiz Maximiliano -Revista Época Negócios
Tubulações no final das linhas de produção aspiram as sobras de fraldas e absorventes para serem trituradas e recicladas.
Tudo o que é resto de sua produção a P&G faz virar matéria-prima em outras empresas. A grande maioria das multinacionais presentes no Brasil garante em seus relatórios de sustentabilidade que dá um destino correto para seus resíduos. Enviam os restos plásticos, os metálicos e os papéis para recicladoras selecionadas pela empresa. O problema é que nem só de plástico, metal ou papel são feitos os resíduos industriais. O que fazer com a borra gordurosa que sobra da produção de xampus? Ou com as aparas de um tubo de pomada? Em 2007, o americano Scott Burns, na época diretor global de compras para a área de TI da Procter & Gamble, criou uma estratégia diferente de gerenciamento dos resíduos. Cada uma das 140 unidades da P&G no mundo deveria descobrir formas de transformar suas sobras em matérias-primas para outras empresas. O plano prevê que até 2020 nenhum resíduo vá para aterros.
No Brasil, Carolina Sarmento e João Escobar são os encarregados do projeto, batizado de Garp (programa de compra de ativos recuperados, na sigla em inglês). Quando fizeram o levantamento dos resíduos da operação brasileira, em 2007, havia mais de 30 tipos diferentes. Cinco anos depois, eles já conseguem vender 97% das sobras da fábrica de Louveira (SP) para uma empresa de Valinhos (SP). Ela processa as aparas de absorventes e fraldas e vende a matéria-prima para fabricantes de tapetes absorventes para cães e gatos, palmilhas para calçados e até enchimento para sutiãs. Outra empresa compra as aparas dos tubos de Hipoglós para fazer telhas. A fábrica do Rio de Janeiro, que vendia só 22% de seus resíduos em 2009, agora vende 60%. Os restos de xampus e cremes vão para uma empresa que fabrica produtos de limpeza de uso industrial.
Para chegar aos resultados atuais, Carolina e Escobar vêm coordenando várias pesquisas sobre os resíduos das fábricas da P&G. Também analisam o potencial de mercado das futuras matérias-primas, escolhem e treinam as empresas que transformam os resíduos. Para cada fábrica há uma empresa que centraliza o processamento dos resíduos. Uma outra empresa, de São Paulo, recebe exclusivamente os restos líquidos. “Ter um único beneficiador para cada fábrica ajuda a controlar as licenças ambientais e a negociar bons preços para os nossos materiais”, diz Escobar.
As vendas das matérias-primas já trouxeram ganhos de mais de US$ 500 milhões – US$ 300 milhões em receita e US$ 200 milhões em economia por não enviar os resíduos a aterros. Um valor modesto, menos de 1% do faturamento global da empresa em 2011, de US$ 82,5 bilhões. Mas significativo, por fazer do lixo um gerador de receitas.

Um comentário:

  1. Bom dia Sra. Guarnieri.

    Muito interessante seu blog.

    Estamos fazendo nosso TCC sobre Logística Reversa e a nossa tese está sendo baseada 90% no seu livro. Nosso TCC é justamente sobre esse projeto da P&G.

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