Foto: Hospital Israelita Albert Einstein |
O Einstein investiu R$ 3 milhões para administrar suas 86 toneladas mensais de resíduos infectantes
Na principal unidade de um dos maiores hospitais do Brasil, o Hospital Israelita Albert Einstein, no bairro do Morumbi, em São Paulo (SP), 26 funcionários se revezam em três turnos para recolher e catalogar as dez toneladas de resíduos diárias. O trabalho não é fácil. E se tornou bem mais complexo a partir do ano passado. Os quartos dos pacientes ganharam lixeiras para separar materiais não recicláveis (lenços usados, papel higiênico) e recicláveis, além da destinada ao lixo infectante, e os centros cirúrgicos receberam recipientes para recicláveis. O Einstein quer recuperar materiais que não tiveram contato com o paciente – quase 40% do que é hoje considerado infectante.
Crédito imagem: Santa Cecília Resíduos |
O hospital definiu que vai tratar todo o seu lixo infectante para assegurar que ele não ofereça riscos à sociedade, diz Marcos Tucherman, responsável pelo programa de sustentabilidade do Einstein. Não é um projeto barato. Só a compra de duas autoclaves e duas trituradoras da Coreia do Sul custou R$ 900 mil. Com as obras para acomodá-las, os gastos chegam a R$ 3 milhões.
As autoclaves começaram a funcionar no mês passado. Deverão receber 86 toneladas de resíduos por mês, das oito unidades do Einstein e eliminarão sua carga bactericida. Depois disso, uma empresa levará o lixo triturado para aterros. Em janeiro, o Einstein já havia instalado dois biodigestores, com capacidade de processar até 500 quilos, de uma só vez, de resíduos de restaurantes e lanchonetes, na sede do Morumbi. Desidratados, os restos perdem 70% do volume. Neste caso, os R$ 750 mil investidos serão amortizados em 27 meses, quando se considera o valor pago à Prefeitura de São Paulo para a deposição em aterros. O material seco resultante do biodigestor ainda poderá gerar receita como adubo: por ter volume menor, pode mais facilmente ser transportado aos sítios que fazem compostagem.
O plano de sustentabilidade do Einstein prevê também reduzir o número de embalagens (37 toneladas por mês). O hospital já começou a trabalhar com a Johnson & Johnson para mudar a embalagem do fio de sutura (hoje, ele é envolto em um envelope, que é colocado numa caixa de papel revestida por um filme plástico, que depois entra numa caixa, que entra em outra). O projeto piloto deverá estimular os outros 3 mil fornecedores do hospital a tomar iniciativas semelhantes.
Fonte: Época Negócios
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