Gerenciamento dos custos ambientais da Logística Reversa

Nas últimas décadas a competição acirrada têm imposto níveis elevados de padrões de qualidade e o aperfeiçomento contínuo de tecnologias e sistemas de informação, desta forma as empresas têm sido impelidas a, continuamente, implementar novas técnicas de gestão de negócios. Essa nova estrutura do mercado de produtos e serviços obriga as empresas a gerenciarem seus custos de acordo com a concorrência empresarial. 

Ao mesmo tempo em que as empresas necessitaram rever seus processos de gerenciamento de custos, surgiu na década de 80 uma nova variável a ser incorporada aos processos de negócios: a sustentabilidade. Sua crescente importância ocorreu em função dos evidentes impactos ambientais e à escassez de recursos naturais. Neste sentido, as empresas foram impelidas a buscar alternativas para a produção sustentável, através de investimentos em mecanismos antipoluentes, substituição de matérias-primas não-renováveis por renováveis, redução de desperdícios, eficiência energética e, também, reaproveitamento de resíduos gerados nos processos produtivos e de comercialização dos produtos. 

Este último processo, que se refere à gestão dos resíduos de pós-venda e pós-consumo, fez emergir na área da logística empresarial, um novo nicho que se propõe a operacionalizar a gestão coordenada destes resíduos e possibilitar seu retorno ao ciclo produtivo e de negócios: a logística reversa. Com sua implementação, além de incorporar a variável ambiental em seus negócios e atender a legislação, as empresas obtém vantagens financeiras e de imagem corporativa. 

Recentemente no Brasil, foi sancionada a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a qual estabelece em seu artigo 33, a responsabilidade compartilhada dos atores envolvidos na geração e gestão dos resíduos de pós-consumo e pós-venda, além da obrigatoriedade de implementação de processos de logística reversa. 

Sendo assim, torna-se essencial para as empresas que implementam este novo processo em seus negócios, o conhecimento dos custos ambientais dela decorrentes e o seu efetivo gerenciamento, de forma a auxiliar os gestores na tomada de decisão.

Com relação aos custos ambientais, seu controle é ainda mais necessário quando se considera que estes devem ser apropriados corretamente do custo do produto final e, para isso, o sistema de custeio ABC é mais adequado tendo em vista seu foco recair sobre a eficiência dos trabalhos desenvolvidos pela empresa e não somente sobre os produtos e também, devido à alocação dos custos indiretos ocorrer de uma forma mais acurada, considerando critérios multidimensionais. 

A logística reversa, através de seus processos, pode, portanto, gerar benefícios econômicos e estratégicos para as empresas, mas para alcançar essas vantagens, esta precisa do auxílio da contabilidade ambiental e de custos, as quais são capazes de fornecer informações privilegiadas e precisas, e assim contribuir para a tomada de decisão gerencial.

Obs: Trecho do artigo "Gerenciamento dos custos ambientais da Logística Reversa: um levantamento em empresas industriais", de autoria de Patricia Guarnieri e Kazuo Hatakeyama, publicado no VII Congreso Internacional de Costos, realizado em Punta del Este, Uruguay, de 27 a 29 de novembro, 2011. A reprodução sem citação dos autores se constitui em crime de plágio.

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Por: Patricia Guarnieri para o Blog Logística Reversa e Sustentabilidade