"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



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domingo, 1 de agosto de 2010

Grupo tenta manter obrigatoriedade logística reversa de e-waste na política de resíduos

O laboratório de inclusão digital de São Paulo, Weblab.tk, em parceria com a Escola do Futuro, lançou o manifesto online E-Waste, contrário à modificação do artigo 33 do projeto de lei 203/91, que prevê a obrigatoriedade da logística reversa e da reciclagem de produtos especiais, como pilhas, baterias, pneus e embalagens de agrotóxicos. Na nova redação, não há menção aos produtos eletro-eletrônicos.

O documento será entregue ao grupo de trabalho que está tratando do assunto em Brasília.
Acompanhe trechos da entrevista que a Revista Sustentabilidade fez com o ecólogo Felipe Anduezza, um dos idealizadores do manifesto virtual:
Revista Sustentabilidade: Como vocês concluíram que os eletrônicos foram retirados do artigo?
Felipe Anduezza: Eles retiraram os eletrônicos do artigo 33, que trata da reciclagem obrigatória de produtos especiais. A questão passou por um grupo de trabalho que tirou os eletrônicos do artigo. A justificativa deles é que só foram mantidos os produtos que já têm alguma normativa do Conama (Conselho Nacional do Meio-Ambiente), que são pilhas, baterias, pneus e embalagens de óleos lubrificantes e agrotóxicos. E aí o que a gente bate é que isso não é possível, porque se é uma política nacional, espera-se que ela seja pioneira e não que ela legisle sobre algo que já existe. A partir disso, surgiu a idéia do manifesto.
R.S.: Como você avalia a receptividade do manifesto pelas pessoas?
Anduezza: Acho que está indo bem, apesar de ainda termos poucas assinaturas (eram 761 até o dia 22 de julho, data da entrevista). Faz uma semana que ele esta disponível e temos tido cerca de 100 assinaturas por dia, o que ainda é bem baixo para a nossa proposta. Esperamos ter pelo menos mais de mil assinaturas. Acredito que seria muito bom se tivéssemos umas 10 mil, para causar um grande impacto.
R.S.: E ele estará disponível até quando?
Anduezza: Até a próxima pauta, em agosto. Enquanto isso, queremos chamar a atenção da mídia para que ela nos ajude a divulgar e conseguir mais adesões. Temos o apoio da Revista Sustentabilidade e do caderno “Link” do Estadão. Estamos veiculando muito a campanha em redes sociais, como o Twitter, Orkut e diversos blogs. O manifesto será enviado, na data da pauta, para os deputados que fazem parte do grupo de trabalho e para todos os que votarão a política. Contamos com o apoio do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) e do deputado Nechar (PV-SP).
R.S.: O que você acha da possibilidade dos resíduos eletrônicos terem uma legislação específica, independe da Política Nacional de Resíduos Sólidos?
Anduezza: Eu acho que eles estão postergando o problema, não entendo a posição deles. Já existem várias legislações estaduais que estão sendo aprovadas e elas deixarão o processo muito difícil, porque em cada estado a questão será tratada de uma forma. Seria interessante que a questão dos eletrônicos fosse colocada em nível nacional, uma proposta que regulamentasse a logística reversa, a criação de um órgão da indústria, como fizeram com as embalagens de agrotóxicos, pois isso inibiria muito o mercado negro, o mercado informal de eletrônicos é muito grande no Brasil e isso é um jeito de beneficiar a própria indústria.
Da mesma forma que foi possível mudar o design dos eletrônicos para acoplar uma câmera fotográfica, um mp3 e acessar a internet, tudo isso de um telefone, em uma coisa diminuta, também é possível desenhar esse produto para que ele tenha uma taxa de reciclabilidade maior com um custo menor, e a indústria tem como atender essa demanda.
Por: Fernanda Dalla Costa

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