"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



Crédito da imagem: jscreationzs / FreeDigitalPhotos.net

sábado, 11 de agosto de 2012

Como está o RJ sem o aterro de Gramacho?

Há pouco mais de dois meses, precisamente no dia 3 de junho, ocorreu o fechamento do Aterro Metropolitano de Gramacho, o maior lixão da América Latina, localizado no município de Duque de Caxias (RJ). Com 34 anos de existência, o aterro se estendia por uma área de 1,3 milhão de metros quadrados, à beira da Baía de Guanabara e recebia, até abril de 2011, cerca de 9.500 mil toneladas diárias de resíduos da capital (75%) e dos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Queimados e Mesquita (25%). Com o encerramento, todo o lixo que ia para Gramacho está sendo transferido para a Central de Tratamento de Resíduos, em Seropédica.
No local do lixão, será construída uma usina de biogás. Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o fechamento de Gramacho representa uma grande conquista ambiental. “Representa também o fim de um drama social, pois os catadores faziam a coleta, sem qualquer proteção, expostos a várias doenças. Diariamente, Gramacho recebia o equivalente a 57% dos resíduos de todo o Estado do Rio de Janeiro. Agora, esse lixo é descartado em aterros sanitários, solução ecologicamente correta para receber os resíduos.”
De acordo com Minc, um dos grandes desafios pela frente é a recuperação da área. Para isso, dos recursos obtidos com a venda do gás metano, 18% deverão ser destinados à reabilitação ambiental da região. O outro desafio é ajudar os catadores que atuavam no local a encontrar alternativas mais dignas para seu sustento. Repartida entre cerca de 1.700 catadores a quantia de R$ 21 milhões, destinada ao Fundo de Participação dos Catadores de Gramacho, foi antecipada, em cota única, pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Além disso, será instalado na região um Polo de Reciclagem que deverá aproveitar cerca de 400 ex-catadores em atividades de reciclagem de lixo que agreguem valor ao produto, como no uso de moinho de garrafas PET e de compactador. Durante a Rio+20, os governos estadual e federal e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) assinaram convênios para capacitação desses trabalhadores, aquisição de equipamentos e maquinário e cessão de terreno para instalação do Polo. Um dos resultados desse encontro foi a parceria firmada entre a Secretaria de Estado do Ambiente e a Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, para a execução do projeto “Inclusão Socioprodutiva dos Catadores e Catadoras do Rio de Janeiro”, no valor de R$ 9,3 milhões. A contrapartida da SEA será de R$ 930 mil, do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano, destinados à compra de equipamentos e máquinas.
“Ainda temos três importantes etapas a cumprir”, destaca Sebastião (Tião) Carlos dos Santos, líder do MNCR. Em primeiro lugar, o Movimento quer assegurar a capacitação dos catadores. “Estamos fechando uma série de parcerias para identificar a demanda de mão de obra na região e, dessa forma, oferecer uma formação que realmente ajude as pessoas a se inserir no mercado formal de trabalho.” Na segunda fase, o objetivo é garantir a recuperação do passivo social e ambiental do local, com saneamento básico, construção de casas, escolas e creches, entre outros. “Finalmente, na última etapa, queremos usar o modelo de Gramacho para outros lixões que deverão ser fechados, sempre é claro respeitando a singularidade de cada região”.
Para Carlos Minc, o fechamento de Gramacho atesta o compromisso do Estado de cumprir o prazo estipulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para fechamento dos lixões em todo o país até dezembro de 2014. “Vamos encerrar os lixões que ficam no entorno da Baía de Guanabara até o final de 2012. Nós implementamos um importante programa no Estado: o Lixão Zero que contabiliza, até agora, 19 aterros sanitários instalados e outros três em fase de finalização. Para ajudar pequenas cidades que não conseguem manter aterros sanitários, estamos incentivando os consórcios intermunicipais que viabilizam uma solução coletiva. Com esse apoio, até o final de 2012, 69 municípios tratarão seu lixo adequadamente, beneficiando mais de 10 milhões de pessoas”, garante Minc.

Assista os vídeos do Programa "Profissão Repórter" que mostra como os catadores de Gramacho estão sobrevivendo sem o aterro de Gramacho. Clique sobre o vídeo para assistir.

Parte 1

Parte 2


Um comentário:

  1. Pegando um gancho com o Rio 2016 as medidas de fecharem os lixões próximos a Baia de Guanabara podem ajudar a solucionar um problema parcialmente que seria a quantidade de lixo que fica boiando na Baia que impediria as competições como a Vela e outras modalidades, além de melhorar o contexto social da região, pois abre vagas no mercado de trabalho além de possibilitar a construção de escolas e casas entre outras servindo de exemplo de sucesso para o fechamento de outros lixões.

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