"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



Crédito da imagem: jscreationzs / FreeDigitalPhotos.net

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A preocupação com a sustentabilidade na área de logística de transportes impele o setor a criar um índice de sustentabilidade

Foto Silvia Constanti
A preocupação com a sustentabilidade desembarcou na área de transportes e logística. Depois de várias tentativas frustradas, a Associação Brasileira de Logística (Aslog) começa a alinhavar um projeto nacional para criar um índice de sustentabilidade para o setor. A Confederação Nacional do Transporte (CNT), por sua vez, trabalha para disseminar o conceito de logística reversa, enquanto desenvolve vários programas de educação ambiental.
Para o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a logística reversa - o retorno de embalagens e outros descartes para a indústria após o uso - só vai funcionar se for bem compreendido pelas companhias. "Os transportadores são um elo fundamental nessa estratégia e precisam ser bem informados. Esse é o papel da CNT", afirma.
Desde 2007, a CNT, em parceria com o Serviço Social de Transporte (Sest) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), desenvolve projetos com o objetivo de melhorar o desempenho ambiental do setor e de transformar os trabalhadores em multiplicadores de educação ambiental. Os três mais relevantes estão centrados na redução da emissão de poluentes por caminhões e ônibus; incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador; e aprimoramento da gestão ambiental nas transportadoras. Um desses projetos é o Despoluir - Programa Ambiental do Transporte. Segundo dados da CNT, foram feitas mais de 480 mil aferições de caminhões e ônibus, com a participação de 15 mil transportadores.
A criação do índice de sustentabilidade pela Aslog envolve cerca de 7 mil empresas, milhares de caminhoneiros autônomos e 21 federações. "A ideia é realizar as próprias mensurações e formatar uma metodologia que sirva de parâmetro para as empresas poderem avaliar continuamente sua atuação em relação ao resto do mercado", explica Adalberto Panzan, presidente do conselho deliberativo.
Intitulada "EcoCenso 2011 - Modelo de Gestão Sustentável para Empresas de Transporte e Operadores Logísticos", a proposta ganhou vida no primeiro semestre e tem como propósito tratar não apenas do "capital ambiental", mas falar de sustentabilidade de maneira mais abrangente. Para desenvolver o projeto piloto, foram convidadas 200 empresas e, até agora, validadas 38 delas. "Até novembro, o objetivo é ter 200 respostas de uma amostra bem ampla, de 2 mil companhias consultadas", completa.
O objetivo é mensurar, por meio de um índice padrão, a adesão (aderência) para sustentabilidade do setor de prestação de serviços de logística e de transporte de cargas, detalhar e apontar as maiores lacunas e as melhores práticas, além de mapear oportunidades de melhoria.
Para criar o índice, a Aslog formou uma equipe com profissionais especializados de diversas companhias."Temos especialistas nessa área do Grupo Pão de Açúcar e Vale, entre outras."
Aliás, experiência na área marca a atuação da Vale, que trabalha para aumentar a participação dos combustíveis renováveis na matriz energética. Segundo Giane Zimmer, gerente geral de planejamento e gestão de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, a companhia investiu na área ambiental US$ 737 milhões em 2010, valor 27% superior ao montante de 2009.
A mineradora está investindo em gás natural e biodiesel como substitutos do diesel nas suas operações. Na Estrada de Ferro Vitória Minas, por exemplo, foi implantado em caráter experimental o trem verde, que utiliza uma mistura de gás natural e diesel. A concentração de gás natural, combustível que emite menos carbono que o diesel, varia de 50% e 70%. Hoje, a Vale usa B5, uma mistura de 5% de biodiesel e o restante de diesel comum, em suas locomotivas.

Fonte: Jornal Valor Econômico
Disponível emBlog Participe & Recicle

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