"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Embalagens e Sustentabilidade - Brasil é o segundo no ranking mundial no lançamento de embalagens inovadoras (parte I)

Crédito: Mercado Ético
Quando se fala em sustentabilidade, as embalagens são frequentemente vistas como grandes vilãs. Não é para menos. Só para citar o caso do plástico, das cerca de 250 milhões de toneladas produzidas no mundo desse material, aproximadamente 37% delas servem para embalar,empacotar, envolver ou transportar os bens de consumo. Depois do uso, vem o descarte, e então milhões de sacos, pacotes,invólucros viram lixo, poluindo cidades, campos e mares, prejudicando assim a vida de inúmeros seres vivos, inclusive a do próprio homem.
Ruim com elas? Pior sem elas. Se há muito tempo as embalagens fazem parte da cultura humana, nos dias de hoje elas são praticamente indispensáveis. Feitas de aço, papel, vidro, plásticos e até de madeira e tecidos, elas têm como primeira função proteger os produtos e, no caso dos perecíveis, evitar a sua contaminação e prolongar a sua validade. Mas não é só isso. As embalagens também facilitam o transporte e a armazenagem da carga, além de servirem como poderosos meios de informação para o consumidor.
Já que é praticamente impossível acabar com as embalagens, parece mais sensato entender como funciona sua cadeia produtiva – desde sua fabricação até o descarte – e buscar formas de equilibrar a equação “desenvolvimento, homem e meio ambiente” a partir de seus processos.
O começo da conversa
O mundo das embalagens tem envolvido processos tecnológicos cada vez mais sofisticados, principalmente no que diz respeito à conservação de alimentos ou de produtos da indústria farmacêutica. Nesse cenário de pesquisa e inovação de materiais, instalou-se entre especialistas do setor uma reflexão crítica instigante: além da onda de novos materiais naturais que começam a surgir, quem pode afirmar que aquelas renováveis ou biodegradáveis são melhores do que as outras? “Há de se tomar cuidado com as ‘pílulas’ de sustentabilidade”, alerta Bruno Pereira, professor do Núcleo de Estudos de Embalagens da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Eloísa Garcia, engenheira de produção do Centro de Tecnologia de Embalagens do Instituto de Tecnologia de Alimentos da Secretaria de Agricultura de São Paulo (CETEA), concorda com o pesquisador. Para ela, a cautela é a melhor dica quando se trata de passar receitas ecológicas sobre embalagens feitas de materiais biodegradáveis, renováveis ou recicláveis.
A afirmação de Eloísa ganha respaldo na opinião de outra especialista da área, Silvia Rolim, engenheira química e assessora técnica da Plastivida Instituto Sócioambiental dos Plásticos, uma organização de referência nacional no que diz respeito a assuntos ligados ao plástico. “O título biodegradável não garante nada para absolutamente ninguém”, alerta ela. “O descarte de forma inadequada do plástico biodegradável pode torná-lo tão nocivo para o meio ambiente quanto o convencional”, explica.
No entanto, os especialistas valorizam o vanguardismo tecnológico que a área de embalagens alimentícias agrega à pesquisa científica. Segundo Eloísa, o setor vem conquistando avanços consideráveis desde os anos 1980. “Antes disso, não havia ainda mercado consumidor que justificasse investimentos financeiros em inovações”, explica.
Assim, o Brasil se tornou um dos grandes destaques mundiais nesse campo. O país é hoje o segundo no ranking de lançamento de novas embalagens por ano, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com dados do Laboratório Global de Embalagem da ESPM, foram mais de 20 mil lançamentos no ano passado, no qual 48% desse total eram voltados para o setor alimentício.
Tecnologia e inovação
Se de um lado ainda há um grande ceticismo ao associar embalagens à sustentabilidade, certo é que a busca por soluções que contemplem o meio ambiente são hoje abraçadas como oportunidades. “Conceitos antigos, porém de ponta, estão finalmente entrando na casa do consumidor. É o caso de pesquisas com materiais feitos à base de etanol”, explica a especialista Eloísa Garcia.
O premiado pote da margarina Cyclus Nutrycell, da transnacional Bunge, por exemplo, é feito com a resina PLA (poli-ácido láctico), obtida a partir da fermentação do amido de milho. Segundo o fabricante, o produto se degrada em 180 dias, desde que em condições adequadas de compostagem, e não contamina o solo. A caixinha foi recebida com tão bons olhos que, em 2009, conquistou o
prêmio máximo da World Packaging Organization (WPO – entidade mundial do setor). No Brasil, faturou as premiações da revista especializada Embanews e da Associação Brasileira de Embalagem (Abre).
O fato de uma embalagem do setor alimentício ter esse destaque todo pode não soar como nenhuma surpresa para quem é do ramo. Afinal, junto com as bebidas, os alimentos respondem por 60% de todas os invólucros disponíveis no mercado mundial. Devido às peculiaridades de seus produtos, como risco de contaminação e prazo de validade relativamente curto, essa indústria teve que correr atrás da grande sofisticação tecnológica que hoje detém. O resultado é que, na área de empacotamento, esse setor é referência para todos os outros.

Por: Isabel Gnaccarini, especial para o SESI
(Conteúdo gentilmente cedido pelo SESI – Serviço Social da Indústria para o Mercado Ético leia mais)

Disponível  em: Mercado Ético

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