Apesar do potencial, só 1,5% da frota que sai de circulação é reciclada, segundo dados do sindicato do setor. E, se depender do governo federal, nossa situação não vai mudar tão cedo. No fim de janeiro, a presidente Dilma Roussef vetou o projeto de lei que regulamentava os requisitos para a desmontagem de veículos. Segundo José Ramalho, diretor do Cesvi Brasil, se aprovada, a medida incentivaria a regulamentação de desmanches e o reaproveitamento de material. Segundo o Planalto, o projeto foibarrado porque não havia parâmetros técnicos suficientes. Para especialistas, o temor era de que, mesmo legalizados, alguns ferros-velhos continuassem a receber peças roubadas, como ocorre hoje.
Sem uma medida federal, hoje os carros podem ter dois destinos: os desmanches, onde são depenados e as carcaças, vendidas como sucatas; ou acabam empilhados em depósitos dos Detrans. Em alguns casos, leilões são promovidos e empresas de reciclagem se encarregam de transformá-los em materiais para a siderurgia.
O único estado com uma lei específica é o Rio Grande do Sul. Desde 2009, 3 890 veículos foram reciclados. “Compactamos todos e vendemos o material a 19 centavos o quilo”, diz o presidente do Detran- RS, Alessandro Barcellos. Atualmente, 24% do total da produção de aço no país provém de sucata, pois ele é sempre reaproveitável. “Se houvesse incentivos à renovação da frota e à reciclagem, esse número poderia ser bem maior”, diz Cristina Yuan, superintendente do Instituto Aço Brasil.
“E não dependeríamos tantoda extração de minério de ferro.” A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) pretende apresentar ao Denatran um projeto para regulamentar o reaproveitamento dos carros no país.
Por: Isadora Carvalho / Edição Maria Paola de Savo (Quatro Rodas – 03-2011)
Fonte: Planeta Sustentável
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