Na Inglaterra, o que poderia ser considerado lixo, acabou virando fonte de lucro. Não é um aeroporto comum. Quando um avião pousa, é para nunca mais decolar. A 150 quilômetros de Londres, a antiga Base Aérea de Kemble, usada na Segunda Guerra Mundial, foi transformada no maior ferro-velho de aeronaves da Europa. Um lugar onde nada se perde, tudo se reaproveita: asas, bancos, turbinas, até a chamada caixa-preta – o gravador que registra as conversas dos pilotos e outras informações importantes. Peças que ainda têm o seu valor.
O desmanche, a reciclagem e a revenda de peças de aviões é a atividade que mais cresce na aviação mundial. Até porque, uma aeronave com 20 anos de voo já é considerada velha, principalmente nos países mais desenvolvidos. E o destino final da maioria é o desmanche. Só neste “ferro-velho” no interior da Inglaterra são desmontados, em média, 400 aviões por ano. E o lucro dos proprietários é maior. Em pedaços, um jumbo, por exemplo, pode render o triplo do que valeria se fosse vendido inteirinho.
Algumas companhias aéreas guardam as peças para usarem em outras aeronaves que permanecem voando. Mas a maior parte é colocada à venda ou disponibilizada em uma espécie de mercado de troca. Um negócio que movimenta o equivalente a R$ 3 bilhões por ano.
O dono do ''ferro-velho'' aéreo conta que tem clientes em todo o mundo, inclusive no Brasil. Ele explica que somente são reaproveitadas peças que passam pelo rigoroso controle de qualidade da Agência de Aviação Britânica. O que sobra, principalmente plástico e alumínio, é derretido para ser reaproveitado pela própria indústria aeronáutica.
Velhos aviões costumavam voar até serem abandonados em um cemitério de aeronaves qualquer ou, lamentavelmente, até caírem. Os desmanches mudaram o fim de muitas histórias de aviador.
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