"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



Crédito da imagem: jscreationzs / FreeDigitalPhotos.net

domingo, 20 de março de 2011

Reciclagem de eletrônicos em Guiyu na China - Solução ou problema?

A cidade de Guiyu possui 5.500 empresas dedicadas ao processamento de produtos eletrônicos descartados, conhecido como lixo eletrônico ou e-waste.  De acordo com sites locais, a região desmonta 680 toneladas de computadores jogados no lixo, telefones celulares e outros dispositivos por ano.
O nicho da indústria emprega dezenas de milhares de pessoas, muitas delas em pequenas oficinas de gestão familiar.
Do e-waste é extraído chumbo, ouro, cobre e outros metais que são encontrados nas placas de circuitos, cabos, chips e outras partes de aparelhos eletrônicos. Na foto abaixo, um trabalhador aquece uma placa de computador sobre uma superfície de aço para remover os chips soldados nela.
Grande parte dos resíduos da obra, em especial as cinzas provenientes da queima de carvão, é despejada em córregos da cidade e canais e envenenam os poços e águas subterrâneas.
Aproximadamente 80% dos produtos eletrônicos descartados vêm do exterior, incluindo Estados Unidos e Europa. Solução fácil para os países de primeiro mundo, que simplesmente despacham o seu passivo ambiental para os países subdesenvolvidos, os quais sofrem os impactos do seu consumo exagerado. Por outro lado, é a única alternativa para centenas de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza e necessitam de alguma fonte de renda. Na China, os maiores salários de um operário giram entre U$70 a U$80 por mês, o que é considerado um bom salário.
Em Guiyu, como também na Índia e na África a reciclagem de lixo eletrônico floresce porque é muito mais barato reciclar o lixo eletrônico em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento do que em países desenvolvidos, nos quais as empresas devem seguir diretrizes rígidas.
De acordo com o website da própria cidade de Guiyu os negócios voltados ao lixo eletrônico geram U$75 milhões por ano para a cidade.
As placas de circuitos, que podem conter pequenas quantidades de ouro e prata, são tratadas com banhos de ácido.
Relatórios de saúde da região dizem que as crianças de Guiyu sofrem de uma taxa extremamente alta de envenenamento por chumbo.
Os trabalhadores amontoam os invólucros de computadores em pilhas de lixo eletrônico, não há cuidado nenhum para o armazenamento e manuseio do lixo eletrônico, que é altamente tóxico por conter metais pesados.
De acordo com relatos da Universidade de Shantou, Guiyu tem o maior nível de dioxinas cancerígenas no mundo e uma elevada taxa de abortos espontâneos.
Um trabalhador carrega resíduos de telefones em um triciclo. Apesar dos perigos que apresenta, o negócio do lixo eletrônico em Guiyu continua a prosperar, mas a que preço???!!

Tradução e adaptação do texto: Patrícia Guarnieri
Fonte: TIME


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