Para os projetos, segundo Carvalho, o BNDES poderá oferecer empréstimos não reembolsáveis para construção de galpões, compra de equipamentos e caminhões. "Esse contrato precisa ser feito com a prefeitura e deve assegurar uma renda mínima para o catadores", afirmou. A ideia é desenvolver uma iniciativa semelhante a aprovada para a capital fluminense, na qual o banco financiará R$ 22 milhões para a construções de seis estações para beneficiamento de produtos recicláveis.
Para Duque de Caxias, o valor do financiamento será definido com base na quantidade de lixo gerada na cidade, mas o montante pode chegar a R$ 5 milhões. "Esse número não assusta o BNDES", disse Carvalho, lembrando que a cidade do Rio tem 6 milhões de habitantes e Caxias, 800 mil.
Durante a reunião, a Caixa Econômica Federal também anunciou a possibilidade de investir R$ 2,8 milhões em projetos para os catadores, desde que o dinheiro não seja aplicado em infraestrutura, mas em qualificação profissional e na implantação de um modelo de negócio. Os secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, lembrou que disponibilizará para os catadores R$ 1,5 milhão do Fundo de Valorização de Catadores, que é pago pela empresa que explora o gás metano produzido no aterro. "Estamos acelerando a implantação desse fundo", disse.
O representante da Cooperativa de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, Sebastião Santos, gostou das propostas discutidas na reunião e que elas atendem o plano de negócios elaborado pelas cooperativas do aterro e favorecem a rede estadual de catadores na reunião, mas espera que elas saiam do papel. "De acordo com o que discutimos entre nós, as propostas são satisfatória. O problema é quando isso será colocado em prática. Com o fechamento de Gramacho, temos quase sete mil pessoas nessa cadeia [famílias de catadores] e essas medidas são necessárias para ontem", reivindicou.
Tema do documentário Lixo Extraordinário, que concorreu ao Oscar (prêmio máximo do cinema norte-americano) deste ano, o lixão de Gramacho, será fechado aos poucos. Como parte do processo, até o fim de março parte do lixo jogado no lixão será levado para uma central de tratamento, em Seropédica, também na Baixada Fluminense.
Fonte: Agência Brasil/O dia online
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