"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



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terça-feira, 11 de maio de 2010

Faltam aterros sanitários no Brasil

Colocar o lixo pra fora de casa é uma tarefa tão corriqueira que nem perguntamos o que acontece depois. “Para onde vai, eu não sei”.
A montanha de lixo gerada todos os dias tem que ir pra algum lugar. E é aí que começa um grande problema. A maioria das cidades brasileiras não trata de maneira adequada os resíduos gerados pela população.
Segundo o último censo do IBGE, feito no ano 2000, em 64% dos municípios tudo é jogado em terrenos que não passam por nenhum tipo de controle: os lixões.
Acumulado a céu aberto, o lixo contamina o solo e também a água e pode provocar problemas de saúde até em populações que vivem longe dessas áreas. E mesmo depois que deixam de ser usados, os lixões representam riscos e podem acabar em tragédias.
A favela no Morro do Bumba, em Niterói, que desmoronou por causa das chuvas no início de abril, tinha sido erguida na área de um lixão abandonado.
"O lixão é um local em que não tem um sistema de controle do que entra lá, podem entrar resíduos perigosos, podem entrar resíduos radiotivos, etc”.
Cuidar do lixo é um desafio enorme. Apenas 14% dos municípios brasileiros têm aterro sanitário, que não tem nada a ver com os lixões.
Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a operação começou há sete anos e é responsabilidade de uma empresa privada que ganhou a concessão por 20 anos.
O que acontece no local é uma obra de engenharia. Antes de receber o lixo, o terreno passa por uma rigorosa preparação. Um tipo de plástico muito resistente cobre o lugar para proteger o solo e as águas subterrâneas.
Em seguida, um sistema de drenagem é instalado para captar líquidos e gases gerados na decomposição.
O lixo é depositado em camadas, sempre intercalando com argila. Quando atinge uma determinada altura, o terreno não pode mais ser usado.
O morro que se formou recebe outra manta plástica para impedir que a água da chuva espalhe os resíduos. Por fim, a área recebe uma vegetação.
O lixo bem cuidado, armazenado em condições que não agridem o meio ambiente, é questão fundamental de saúde pública, mas tem outros benefícios.
O que não pode ser mais reaproveitado nem reciclado não precisa ficar enterrado e esquecido. Aterros sanitários também têm um grande potencial econômico.
O chorume, esse líquido escuro e poluente que sai do lixo, vira água limpa de novo ao passar por um sistema complexo de filtragem. Só não pode ser usada para beber.
Em São Paulo, uma usina termelétrica aproveita os gases gerados na decomposição dos resíduos de dois aterros para produzir energia suficiente para o consumo de 800 mil pessoas.
Mas para o pesquisador ambiental, é preciso investir em outras tecnologias. Segundo o professor, os aterros sanitários ocupam áreas muito grandes e requerem monitoramento por muitos anos depois de serem usados.
“Não sei se os novos contratos feitos aqui no Brasil , o pessoal está atentando pra isso: pra guardar dinheiro pra monitorar um aterro sanitário fechado que pode durar 50 ou mais anos, precisando de cuidados, precisando de atenção. E esse custo tem que ser pago pela sociedade que criou aquele lixo e não pela sociedade futura” , disse Cláudio Mahler, pesquisador de questões ambientais da Coppe/UFRJ.
Na maior parte do Brasil, a preocupação ainda é com o básico. Lixo fora do lugar pode até matar.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/05/faltam-aterros-sanitarios-no-brasil.html
Autoria: Paulo Renato Soares/Rede Globo

Um comentário:

  1. muito legal o tema tratado no texto, me ajudou muito no meu trabalho!Obrigada.

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