A subsidiária da Whirlpool em Joinville (SC), onde são produzidos os refrigeradores Consul e Brastemp, estabeleceu uma meta ambiental audaciosa para 2014.
Tornar-se a primeira fábrica no mundo em seu segmento de negócios a reduzir a zero o envio de resíduos industriais para aterros.
Hoje a unidade já consegue destinar para a reciclagem 94% dos resíduos de seu processo produtivo e 80,7% dos materiais de geladeiras e freezers recolhidos em seu programa de logística reversa, porcentagem superior aos 75% exigidos pela legislação ambiental da União Europeia, a mais rigorosa do mundo.
Para zerar os resíduos, a empresa procura uma destinação adequada de alguns tipos de óleos, gases e materiais como espumas de poliuretano, utilizada para isolar os refrigeradores, etiquetas, rótulos e plásticos bolhas. Vanderlei Niehues, gerente geral de sustentabilidade da companhia, diz que algumas soluções já estão bem encaminhadas. Recentemente, por exemplo, a companhia detectou no mercado a pernambucana Celulose Reciclada, detentora de uma tecnologia capaz de aproveitar o liner, material parafinado que protege etiquetas adesivas, na produção de papel tissue, insumo de guardanapos, lenços e papel higiênico. Entre junho e dezembro de 2011, a Whirlpool destinou 36 toneladas de liner para reciclagem.
Um consumidor para a espuma de poliuretano também já foi identificado. O material será utilizado na produção de carteiras e mesas escolares e 56 toneladas foram destinadas a esse fim no ano passado. Outra medida é substituir o plástico bolha por papelão picotado, material obtido no recolhimento de embalagens.
Em 2011, a empresa também passou a higienizar e reaproveitar luvas e mangas de proteção utilizadas pelos operários, evitando, em seis meses, o descarte de 2,5 toneladas de materiais. Desde 2006, quando implantou sua célula de desmontagem de eletrodomésticos em Joinville, a Whirlpool já recolheu 2.500 toneladas de materiais recicláveis e encaminhou 5 mil quilos de gases para regeneração.
Em 2011 a companhia recolheu 382 toneladas de materiais recicláveis. Como reconhece Vanderlei Niehues, o número é tímido, 3% apenas do volume total colocado no mercado por ano pela Whirlpool. "Temos no Brasil uma cultura de repassar os eletrodomésticos utilizados.
Enquanto os brasileiros devolvem para o fabricante menos de 1% dos eletrodomésticos, os canadenses devolvem 20%, os europeus 25% e os japoneses devolvem 48%", diz o executivo.
Apesar de ter um canal para o consumidor destinar para a reciclagem eletrodomésticos usados, não é por este caminho que a Whirlpool mantém ativo seu programa de logística reversa. É por meio de parcerias com distribuidoras de energia elétrica, que são obrigadas a adotar políticas de eficiência de consumo elétrico.
A prática mais comum entre as distribuidoras são os programas de troca de geladeiras antigas, em média com 20 anos de uso, por novas. "O avanço tecnológico garante que um refrigerador atual consuma 60% menos energia do que um modelo com dez anos", diz Niehues.
Por: Domingos Zaparolli VE
Fonte: Eco Fidelidade
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