A Logística Reversa de Medicamentos, projeto de lei do Deputado Cheida que define responsabilidades para a destinação de remédios em desuso no Paraná, recebeu parecer favorável da Secretaria de Estado da Saúde. A posposta segue, terça-feira (28), para a primeira discussão na Comissão de Constitucionalidade e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa.
Tramitação
Apesar de aprovado por unanimidade, o projeto de lei foi vetado pelo Governo do Estado no ano passado. Em um trabalho conjunto entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Conselho Regional de Farmácia, Secretaria de Estado da Saúde e Comissão de Meio Ambiente, a matéria recebeu contribuições. “Está readequada e ainda mais abrangente”, garante Cheida. “As mudanças propostas foram aceitas pelo grupo de trabalho”, assinalou o secretário de Saúde em exercício, René dos Santos, em ofício enviado no mês de dezembro.
Como funcionará
Quando descartados em lixo comum ou rede de esgoto, os medicamentos contaminam a água e o solo e ainda podem provocar reações adversas como intoxicação de animais e pessoas. É isso que a Logística Reversa de Medicamentos quer evitar. “São resíduos tóxicos para o meio ambiente e perigosos para a saúde que precisam ser devolvidos ao lugar certo a fim de que sejam neutralizados, melhorando a qualidade de vida de todos”, explica Cheida.
O projeto de lei de Cheida torna fabricantes, distribuidores e consumidores de medicamento responsáveis pelo recolhimento e destinação adequada de remédios em desuso. Funcionará da seguinte forma: o consumidor entregará os medicamentos aos estabelecimentos que os comercializam ou distribuem, como farmácias e postos de saúde, que terão um espaço especial para o armazenamento destes produtos. Fabricantes e importadoras de medicamentos ficarão responsáveis pelo recolhimento dos medicamentos e destinação final aplicável a cada caso. A proposta também prevê multa para quem descartar os medicamentos em local inadequado.
Cheida explica que o projeto envolve a participação de todos os atores envolvidos. “Cada um tem sua parcela de responsabilidade: o consumidor, as farmácias, os fabricantes e os importadores. Desta forma, dividem-se as atribuições de uma forma que todos podem colaborar”. O projeto ainda cria novas oportunidades de negócio, já que os resíduos são potencialmente recicláveis, compostos essencialmente por vidro e papel.
Modelo
A Logística Reversa de Medicamentos é modelo para o país. “Acompanhamos desde o início e hoje ele está sendo usado como referência para outros estados. É muito importante que seja aprovado, pois assim teremos a participação do estado na nova política federal”, comenta Simone Ribas, assessora do Núcleo de Regulação e Boas Práticas da Anvisa. É também o que pensa o diretor da Anvisa, Jaime César Oliveira. “É muito interessante essa organização nos âmbitos estaduais e municipais. São iniciativas que precisam ser tomadas progressivamente para que a lei federal seja implementada de uma forma mais eficaz e rápida”.
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