Ex-Ministro da Agricultura, Allysson Paolinelli mostrou como é possível recuperar áreas degradadas e aumentar produtividade com adoção de práticas sustentáveis
As vantagens dos sistemas integrados em relação às práticas convencionais de produção agropecuária foram apresentadas nessa terça-feira (31-1) pelo ex-ministro da Agricultura e produtor rural, Alysson Paolinelli, durante palestra no seminário de Capacitação do Guia de Financiamento da Agricultura de Baixo Carbono, na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. O seminário é uma iniciativa da CNA, em parceria com a Embaixada Britânica, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Banco do Brasil, que tem como objetivo divulgar as linhas oficiais de financiamento do Programa ABC.
O ex-ministro explicou como recuperar áreas degradadas e preservar recursos naturais com o uso do sistema conhecido como integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Paolinelli, que adota práticas sustentáveis há 17 anos em sua propriedade rural, situada no município de Baldim (MG), é um defensor convicto das vantagens desse sistema como forma de recuperar as áreas degradadas e preservar os recursos naturais. “Os métodos tradicionais resultam em deterioração do solo, das pastagens e das lavouras, mas com um manejo diferente é possível evitar tudo isso”, afirmou, ao se referir ao sistema iLPF. Para Paolinelli, o sistema iLPF se encaixa muito bem ao momento atual em que todos nós temos grande preocupação com a questão ambiental.
Segundo o ex-ministro, o sistema iLPF é a diversificação e rotação das atividades de agricultura, pecuária e o plantio de árvores dentro da propriedade, que constituem um único sistema. As vantagens desse método se refletem, inicialmente, na recuperação do solo, que resulta no aumento da renda do produtor rural. O iLPF promove um círculo virtuoso na propriedade a partir da fixação de nutrientes na terra que, assim, se torna mais fértil. Com isso, a produtividade aumenta ao mesmo tempo em que o agricultor economiza com a redução do uso de fertilizantes e passa a contar com três fontes de renda: da agricultura, da pecuária e da floresta. “A lavoura possibilita a melhora da fertilidade do solo, o que permite ganhos de produtividade”, explicou o ex-ministro da Agricultura.
Ele citou como exemplo a fazenda do Grupo Votorantin, localizada no município de Vazante (MG), que passou a fornecer toras de eucaliptos à Companhia Elétrica de Minas Gerais (CEMIG). “A Cemig hoje vai à fazenda, retira a madeira e paga R$ 200,00 por tora”, contou. O ex-ministro também apresentou dados da Embrapa, que mostram a evolução da produtividade com a implantação do sistema iLPF. A produtividade do milho, por exemplo, subiu de 6,4 toneladas por hectare, na safra 2006/2007, para 8,72, em 2009/2010. Em relação à criação de gado, o mesmo período avaliado registrou um aumento de 9,18 arrobas por hectare para 11,30.
O ex-ministro, que cria gado em sua propriedade, contou que adotou inicialmente o sistema conhecido como “Barreirão”. Esse método utiliza a lavoura, principalmente de arroz, para recuperação de pastagens. Depois de alguns anos passou a usar o método “Santa Fé”, que é a integração de uma cultura de grãos com forrageira para a obtenção de pasto para o gado. Recentemente, aderiu ao sistema iLPF em algumas áreas da propriedade e disse não estar arrependido da escolha que fez. “Sou iniciante na iLPF, mas tenho visto resultados fabulosos”, comemorou. Alysson Paolinelli foi um dos primeiros produtores rurais a obter financiamento pelo Programa ABC.
Por: Assessoria Agronotícias
Fonte: Agronotícias
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