Houve um tempo em que, tradicionalmente, empresas de manufatura não se sentiam responsáveis por seus produtos depois do uso pelos clientes. A maior parte dos produtos usados era jogada fora com consideráveis danos ao meio ambiente.
Hoje em dia, consumidores e autoridades esperam que os fabricantes reduzam o lixo gerado por seus produtos. Recentemente, devido às novas leis de gerenciamento de resíduos, a ênfase se voltou à recuperação, por conta dos altos custos e impactos ambientais do descarte. Foi então, que surgiu o conceito de logística reversa.
"Este é um tema emergente dentro da logística empresarial. Podemos definir a logística reversa como sendo o processo responsável por retornar ao início da cadeia produtiva os resíduos gerados (embalagens, partes do produto, produtos danificados ou sem condições de ser comercializado). A implantação desta prática está ligada a fatores relacionados à redução de custos, cumprimento de responsabilidades legais, impostas por legislações específicas ou pela necessidade de implementar ações que visem a sustentabilidade do negócio", explica o especialista em logística, Tarcísio Menezes.
"No tocante à legislação, o Brasil aprovou no ano passado - após 20 anos de sua formulação - a Lei 12.305/10, que trata da destinação correta dos resíduos sólidos. Nela é instituída a exigência da prática da logística reversa para algumas cadeias produtivas", ressalta Tarcísio.
Segundo o especialista as principais razões para aderir à logística reversa são: leis ambientais que forçam as empresas a receber de volta seus produtos e cuidar de seu tratamento; benefícios econômicos de usar produtos devolvidos no processo produtivo, ao invés de descartá-los; e a crescente consciência ambiental dos consumidores.
A exemplo disso, é que uma empresa de Maringá, que atua no segmento de manutenção e venda de combustíveis, passou a desenvolver também, desde 2003, atividades específicas relacionadas à coleta de resíduos.
"Naquela época, os resíduos gerados por postos retalhistas de combustíveis, como as embalagens com restos de lubrificantes, estopas, filtros e outros, não tinham local adequado para destinação e nem empresa que fizesse a coleta. Foi aí que percebemos a necessidade de suprir tal demanda. Hoje, ampliamos nossos serviços e dispomos de uma estrutura para coletar também outros tipos de resíduos, como lâmpadas fluorescentes. Muito embora, a responsabilidade ambiental, no caso específico das lâmpadas, seja do próprio fabricante", destaca o consultor técnico comercial, Alexandre Martins.
Para ele a logística reversa implantada na empresa, específica para embalagens plásticas de lubrificantes, trouxe economia. "Se antes, pagávamos em média, R$ 1,20 por quilo para destinar nossas embalagens de lubrificantes, hoje, aproveitamos para reciclar este material, gerando economia e responsabilidade com o meio ambiente", enfatiza.
Isso é o que se pode concluir da logística reversa, ou seja, economia certa para empresas que já se anteciparam ao cumprimento da legislação, e lucro garantido à sociedade com o descarte ecologicamente correto dos resíduos.
Disponível em: CLRB
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