"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



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domingo, 22 de maio de 2011

Em entrevista ao Portal Transporta Brasil diretor de nova empresa do Grupo TPC comenta sobre logística reversa


Em entrevista concedida ao Portal Transporta Brasil, Luis Fernando Martinez comenta sobre a complexidade do segmento e projeta um cenário futuro com grandes oportunidades.O segmento de logística reversa passa por um momento de expansão no Brasil. Com o e-commerce aquecido e a nova política de resíduos sólidos, o segmento deve alavancar novas oportunidades para os próximos anos.Para falar um pouco sobre este segmento, o Portal Transporta Brasil entrevistou Luis Fernando Martinez, Diretor Executivo da Reversa Soluções Logísticas, nova marca do Grupo TPC voltada para este nicho de mercado. Formado em Engenharia de Produção, com MBA pela FGV, o executivo comenta sobre a importância da logística reversa, seu panorama atual e projeções para os próximos anos.
Qual é a importância da logística reversa?
É o principal instrumento para assegurar o cumprimento da política nacional de resíduos sólidos, que foi aprovada no final do ano passado. Com a decisão, até o final de 2014, todos os municípios deverão estar preparados para não descartar mais resíduos sólidos em aterros, e também está prevista a responsabilidade compartilhada do fabricante, consumidor e governo. Isso já é muito comum na Europa, e a logística reversa é um dos principais pilares que sustenta essa política. Mas a logística reversa tem também uma oportunidade muito grande no pós-venda do comércio eletrônico, onde o Brasil tem um mercado de R$ 20 bilhões por ano, dos quais 5 ou 7% acabam voltam por algum motivo de divergência, como, por exemplo, o produto ser de uma cor diferente da ilustração que está no site. Isso gera uma grande oportunidade de mercado, que é reintroduzir esse produto que está sem nenhum defeito no mercado. Isso é muito comum nos EUA.
Quais são as principais diferenças entre a logística convencional e a reversa?
A logística reversa é muito mais complexa que a logística de fluxo direto, pois, basicamente, ela parte do oposto da outra. Enquanto na direta você tem um canal de distribuição que parte de um ponto para vários, na reversa é exatamente o oposto. Na logística direta você tem embalagens que acondicionam o produto adequadamente, o que facilita o transporte. Já na reversa, isso nem sempre acontece, pois a embalagem pode vir avariada ou pode nem existir, o que não possibilita um bom acondicionamento. Outra coisa é a demanda, que no fluxo direto é prevista, você já sabe o quanto vai entregar e vender por mês. Na logística reversa isso já é muito mais difícil, e assim nós trabalhamos muito com estimativa. Outro ponto é a própria velocidade, por exemplo, na logística reversa não há tanta pressa quanto no convencional.
Como está o mercado de logística reversa atualmente?
O mercado brasileiro está começando a aquecer. No passado, algumas atividades já haviam sido feitas com sucesso, principalmente a logística reversa de embalagem de agrotóxicos. Já no final do ano passado veio uma política englobando outras categorias de produtos, dentre elas o eletroeletrônico, acredito que vai decolar esse tipo de atividade. Na Europa, esse procedimento é muito comum, já está na cultura deles devolver embalagens. A gente aqui já têm algumas iniciativas isoladas, mas com essa nova política, o quadro mudará.
Qual é o tamanho deste segmento no Brasil?
Pequeno, mas com um potencial muito grande. O comércio eletrônico, por exemplo, cresce de 30 a 40% ao ano, então, se colocarmos 5% de devolução nesse crescimento é um resultado bastante expressivo.
Quais são os maiores desafios encontrados na logística reversa?
Primeiramente é a cultura, o comprometimento do cidadão em não jogar um resíduo sólido no lixo, procurando descartar corretamente. Outro grande desafio é a questão do custo da logística reversa, pois ela não está trazendo um bem de valor. Mas o grande desafio é cultural.
Como você projeta o futuro desse segmento?
As aplicações desse segmento são ilimitadas, pois tudo que tem um fluxo de ida tem outro de volta. Para todo setor pode-se aplicar o segmento. Então, quanto mais o País crescer, mais bens serão consumidos e, por consequência, mais precisaremos da logística reversa.

Fonte: Portal Transporta Brasil
Disponível em: INFOLOGIS

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