"A logística reversa é processo de planejamento, implementação e controle do fluxo dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento ambiental, social e econômico. " (Patricia Guarnieri)



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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Logística reversa de embalagens de vidro: Fabricantes propõem plano de logística reversa ao MMA

Reciclagem no setor tem potencial para movimentar R$ 220 milhões por ano no Brasil; modelo está alinhado com a Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Associação Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), na segunda-feira (17/01), um plano de implementação de logística reversa para o setor, comprometendo-se a recolher, depois de usados pelo consumidor final, todo tipo de embalagem de vidro.
A ação se antecipa à vigência efetiva da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada pelo ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2010. Para começar a valer de fato, o governo federal tem até junho de 2011 para elaborar uma proposta referente à nova lei que inclua, entre outros aspetos, metas de redução e reciclagem de resíduos e prazos para os diversos setores se adequarem às novas obrigações.
Segundo Lucien Belmonte, superintendente da Abividro, o plano da entidade consiste fundamentalmente em constituir uma gerenciadora no Brasil com o papel de intermediar as relações com o poder municipal, cooperativas de catadores, beneficiadoras, fabricantes de vidro e envasadoras. A entidade será responsável por coordenar a participação dos municípios, capacitar e credenciar cooperativas de catadores e beneficiadoras, negociar operações de compra e venda de recicláveis triados, além de promover campanhas de conscientização sobre reciclagem.
“A estimativa é que após quatro anos de sua instalação, a gerenciadora faça com que o índice de reciclagem do setor vidreiro atinja 50%. Em termos financeiros, equivale a dobrar os atuais R$ 60 milhões movimentados por ano pelo setor”, afirma Belmonte. “Se os esforços resultarem na adesão de todos os envasadores existentes no país e de todos os municípios brasileiros, o valor movimentado pela reciclagem do vidro pode atingir R$ 220 milhões por ano”.
Dados da Abividro indicam que hoje se recicla bem menos do que a metade do que é produzido, algo em torno de 1 milhão de toneladas por ano. São embalagens de vidro usadas para bebidas, produtos alimentícios, medicamentos, perfumes, cosméticos e outros artigos que vão parar direto no lixo, correspondendo em média a 3% dos resíduos urbanos. "Um desperdício para um material que poderia ser totalmente reaproveitado", diz Belmonte.
Segundo o superintendente, as indústrias vidreiras irão investir inicialmente R$ 10 milhões na criação da gerenciadora, que será administrada por uma equipe profissional independente e terá um conselho composto por membros das várias instâncias envolvidas. “Para que a gerenciadora execute suas funções, a Abividro vai investir até R$ 60 milhões por ano”.
De acordo com a Abividro, o modelo proposto foi inspirado nas práticas de reciclagem adotadas com sucesso em países europeus, onde a precursora foi a Alemanha, que em 1991 instituiu uma agência gerenciadora para centralizar o processo, cuja responsabilidade é a de coordenar a logística reversa de materiais utilizados em embalagem em âmbito nacional. O plano foi desenvolvido pelo Monitor Group, uma consultoria de estratégia.

Por: Agência Akatu

2 comentários:

  1. Direcionar esse resíduo de vidro seria fantástico mesmo. Já que até as cooperativas de reciclagem "selecionam" o tipo de resíduo que “servem” para elas e com o resto o que fazer? Espero ver em alguns anos uma sociedade mais consciente e justa, sem isto não teremos um futuro.
    Aproveito aqui para parabenizar Patrícia por seu trabalho!

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  2. Oi Pamela,
    Realmente são soluções como estas que precisamos para resolver o problema dos resíduos, já existem iniciativas similares no caso de pneus, óleo lubrificante e embalagens de agrotóxicos. Se todas as associações de fabricantes de cada tipo de embalagem criassem iniciativas, seria muito mais fácil agregar valor aos resíduos e diminuir a quantidade de lixo urbano. Obrigada por seu comentário e sua visita!!

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